TRISTEZA
Não digo o nome da minha
Fonte de amor e de fé:
Chamo-lhe "doce velhinha"
E ninguém sabe quem é.
(Francisco Henriques)
MEU, DEUS, TRISTEZA
Meu Deus, que tristeza! Que casa vazia!
Parece que nela não mora ninguém!
Levaste-me Tudo... Levaste-me alguém
Que tanto me dava e Nada pedia!...
Na terra era ela a melhor companhia
De todas as horas - no Mal e no Bem!-
Por isso ma deste, p'ra ser minha mãe,
E dar-me só mimos, amor e alegria!
Relíquia sagrada! Perfume de rosa!
Seu nome era jóia - por ser Preciosa -
A jóia mais cara, mais rara e mais nobre!
Embora velhinha, era ainda gestora...
Que valho, meu Deus, mas que valho eu agora
Se estou, nesto mundo, tão só e tão pobre?!...
Clarisse. 1998